Após o plebiscito em que o povo chileno optou por cancelar a Constituição de Pinochet depois de quarenta temporadas em cartaz, os rumores de que o Brasil também precisaria de uma nova Carta Magna começaram a circular nos bastidores do governo federal.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, defendeu publicamente a criação de uma nova Constituição. “Dessa vez em papel higiênico, para ficar mais fácil de rasgar”, declarou um comentarista de rede social que foi imediatamente convidado para fazer parte da Constituinte. Outro apoiador do governo propôs um plebiscito para trocar a Constituição pela Bíblia, mas tirando a parte que diz “não roubarás”. Um técnico da pasta de Paulo Guedes afirma que o ideal seria a nova Carta ter apenas um artigo dizendo: “Trabalhe até morrer, pague impostos, não peça nada e cale a boca”.
Publicado em VEJA de 4 de novembro de 2020, edição nº 2711