O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manifestou seu descontentamento com a entrevista que o vice-presidente Hamilton Mourão deu a Veja nesta sexta, 30. O chefe do clã político Bolsonaro afirmou ao Portal R7 que “a caneta bic é minha”, ao ser questionado se o governo federal comprará ou não a vacina chinesa contra a Covid-19, dando a entender que Mourão não teria poder ou influência para opinar sobre a questão.
Nas Páginas Amarelas desta edição, o general de 67 anos disse acreditar que o governo comprará a vacina chinesa para combater o novo coronavírus. “Essa questão da vacina é briga política com o Doria (João Doria, governador de São Paulo). O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan (Instituto Butantan, em São Paulo) para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí”.
O assunto tem gerado debates acalorados entre bolsonaristas, integrantes do centrão e adversários políticos de Bolsonaro. Em reunião com governadores, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello chegou a dizer que o governo usaria o Sistema Único de Saúde (SUS) para vacinar a população com a Coronavac. Não demorou para que o presidente o desautorizasse e afirmasse que a vacina não seria obrigatória.
Nesta sexta, 30, Pazuello, diagnosticado com o novo coronavírus, foi internado em um hospital de Brasília após apresentar “leve desidratação e comprometimento do pulmão”, segundo fontes ouvidas por Veja.