Site usava nome e simulava interface do TikTok para compartilhar pedofilia; hacker brasileiro Daniel Ghost derrubou domínio ao lado de célula do Anonymous
Um hacker brasileiro chamado Daniel “Ghost” se uniu a um grupo europeu ligado ao Anonymous para derrubar o que afirmam ser a maior rede de pedofilia na superfície da web. O site funcionava a partir de uma interface semelhante à do TikTok, mas claro, sem nenhuma relação com a rede social, enquanto exibia vídeos de abuso infantil e divulgava um aplicativo, que poderia dar acesso a mais material ilegal e também contaminar com malware os celulares com sistema operacional Android.
A derrubada, no começo de fevereiro, aconteceu após o recebimento de múltiplas denúncias de outros usuários. O site foi retirado do ar após os hackers envolvidos obterem acesso ao domínio usado pelos bandidos, que também fazia menção à plataforma de vídeos curtos, com uma publicação feita pelo grupo Europe Anonymous, no Instagram, indicando o fim da plataforma e afirmando que a ideia é que nenhuma página desse tipo siga existindo.
De acordo com Ghost, a ação envolveu a remoção do site usado pelos criminosos e também a exploração de vulnerabilidades de segurança que possibilitaram a exclusão de backups relacionados à plataforma. “Também estamos trabalhando com a justiça, indo atrás dos brasileiros que vendem conteúdo nas redes sociais”, explicou, sem entrar em mais detalhes sobre os procedimentos adotados.
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O hacker brasileiro já apareceu nas páginas do noticiário de tecnologia após o apontamento de uma brecha de segurança nos servidores do clube alemão Bayern de Munique. Desde então, ele indica estar envolvido no que afirma ser uma operação de guerra contra o compartilhamento de pedofilia, com a retirada do ar do site que simulava o TikTok sendo mais um episódio desse trabalho.
Entre outras ações realizadas por Ghost estão a remoção de um perfil com mais de 100 mil seguidores no Instagram, focado na venda de material ilegal, bem como a exposição de usuários que participam de redes de compartilhamento de conteúdo por meio de comentários em redes sociais. “Identificamos vários brasileiros que vendem conteúdo de abuso infantil na internet livremente”, afirma o hacker, que também cita o Telegram e o Discord como aplicativos amplamente usados para esse fim.
O que fazer ao encontrar situação de abuso infantil
Usuários que encontrarem comentários, páginas e outros recursos de publicação e compartilhamento de conteúdo relacionado à pedofilia devem denunciar o ato aos órgãos oficiais. O governo federal disponibiliza Disque 100 e o aplicativo Proteja Brasil, que integram a mesma rede voltada a acionar os órgãos competentes para possibilitar o flagrante. Os serviços são parte do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo federal.
Além disso, os cidadãos também podem entrar em contato com a organização SaferNet para denunciar crimes de abuso infantil, racismo, xenofobia, LGBTfobia, violência contra mulheres, tráfico de pessoas, maus tratos com animais e outros. Em ambos os casos, os reportes podem ser feitos em condição de anonimato.
