Os Terminais do Interior se Tornam Alternativas Vitais em Meio às Cheias Devastadoras em Porto Alegre
As recentes inundações que assolaram Porto Alegre, causando mais de 150 mortes e o fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, desencadearam uma série de mudanças na malha aérea do Rio Grande do Sul. Com o terminal da capital submerso pelas águas, deixando milhares deslocados, os terminais do interior emergiram como opções cruciais para manter a conectividade aérea no estado.
A fim de contornar os desafios apresentados pelas cheias, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério dos Portos e Aeroportos coordenaram esforços para realocar voos para outros terminais estaduais. Um total de 53 voos foram direcionados para aeroportos como Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana. Adicionalmente, 35 voos foram redirecionados para a Base Aérea de Canoas.
“Mantemos uma preparação robusta, tanto em termos logísticos quanto no controle do tráfego aéreo, para lidar com essa situação”, afirmou Maurício D’Ávila, diretor do Aeroporto Regional de Caxias do Sul.
Além disso, 28 rotas foram transferidas para os aeroportos de Florianópolis e Jaguaruna, em Santa Catarina, enquanto o Aeroporto de Chapecó se prepara para receber aeronaves de maior porte.
Enquanto o estado enfrenta o luto pelas vítimas das enchentes, os números são impactantes: 104 desaparecidos, 806 feridos e mais de meio milhão de pessoas desalojadas. Em resposta a esse desafio humanitário, o governo estadual estima que aproximadamente 2,2 milhões de gaúchos tenham sido afetados pelo desastre climático, com 461 municípios registrando transtornos.
A vida dos passageiros também foi profundamente afetada por essas mudanças na malha aérea. Um grupo de trabalhadores de vários estados brasileiros, que originalmente tinham como destino Porto Alegre, viu-se desembarcando em Passo Fundo, causando um atraso de um dia em sua jornada.
O Aeroporto Lauro Kortz, em Passo Fundo, já operava voos de três companhias aéreas e agora receberá um adicional de 16 voos por semana, como parte do plano emergencial elaborado pela Anac e pelo governo federal.
Em meio a essas adaptações, a solidariedade também se destaca. Passageiros como Ana Paula Stumpf, cujas viagens foram redirecionadas para outros terminais, expressam sua gratidão pela flexibilidade das companhias aéreas.
Enquanto isso, a Fraport, responsável pela gestão do Aeroporto Salgado Filho, estima que quase 600 mil pessoas serão impactadas diretamente pela interdição do terminal somente no mês de maio. Para aqueles com passagens programadas para Porto Alegre, a Anac orienta que entrem em contato com as companhias aéreas para solicitar reembolsos ou remanejar os destinos para os aeroportos alternativos do estado.
A situação dos aeroportos no Rio Grande do Sul é uma mistura de operações normais e fechamentos temporários, ditados pelas condições meteorológicas em constante mudança. Essa dinâmica reflete a resiliência e a adaptação necessárias em momentos de crise, enquanto o estado trabalha para se recuperar das devastadoras cheias.