Há um mês, treinador dizia que o Tricolor estava no mesmo nível de equipes como Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG. No domingo, disse que é necessário reforços para brigar por título
Há um mês, em 8 de abril, o Grêmio conquistava o hexacampeonato gaúcho. Na ocasião, às vésperas do início do Brasileirão, o técnico Renato Portaluppi deu a opinião de que a equipe estava pronta e tinha condições de disputar com os grandes do país. Depois do empate com o Bragantino, no domingo, o técnico mudou o discurso e cobrou reforços para “brigar por títulos”.
O 3 a 3 no domingo resultou em um desabafo do técnico gremista. O comandante fez cobranças à direção e pediu publicamente reforços no meio do ano. Mais especificamente, pediu contratações de dois a três atacantes de velocidade.
Mas o técnico foi além. Disse que, sem contratações, não pode ser cobrado por títulos, pois não tem condições de disputar com o elenco atual. Uma mudança drástica em relação à manifestação ocorrida depois do título gaúcho.
Naquela oportunidade, o ídolo gremista deu seu ponto de vista e disse que via o Grêmio no mesmo patamar dos outros grandes do país, como Palmeiras, rival desta quarta, Flamengo e Atlético-MG.
Veja a declaração de Renato após o título gaúcho
– Com respeito, o Grêmio não está devendo para nenhuma equipe, seja Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG. O presidente está aqui, sou um cara chato, peço mais jogadores e contratações, mas entendemos o lado financeiro. Não fica devendo para nenhuma equipe. Vai começar o Brasileirão e Copa do Brasil, é outro patamar, o Grêmio também tem outro patamar. Vamos medir forças. Está todo mundo no mesmo nível e o Grêmio não deve nada para as outras equipes.
Veja a declaração de Renato após o empate no Brasileiro
– É preciso trazer dois ou três jogadores de velocidade. Entendo a parte financeira do clube, mas o torcedor merece que briguemos. E, para brigar, você precisa gastar. Se gastar, briga. Se não gastar, vou entender, mas não exijam que o Grêmio seja campeão do Brasileirão ou da Copa do Brasil. Eu não vou iludir ninguém.
Série de lesões dificulta
Mas, então, o que mudou entre uma declaração e outra? Em termos de resultados, o impacto não foi tão grande. A equipe está nas oitavas da Copa do Brasil e é 7º colocada no Brasileiro, com sete pontos — duas vitórias, um empate e uma derrota. No entanto, o time não conseguiu desfilar o futebol que o levou até a final do Gauchão com sobras.
Um dos motivos foi o alto número de desfalques, principalmente no meio. Pepê sofreu lesão muscular ainda na semifinal do estadual. Carballo apresentou pubalgia após o título e Villasanti sofreu fratura na face na primeira rodada do Brasileirão. Todos seguem fora, embora os dois últimos possam retornar contra o Palmeiras.
Reinaldo é outro que sofreu lesão na final contra o Caxias. Contra o Bragantino, o lateral foi para o banco de reservas, mas não entrou em campo. Também deve voltar contra o Verdão. Na última rodada, Fábio ainda foi desfalque de última hora. Como João Pedro já estava fora com lesão muscular, Thomas Luciano precisou entrar.
A bronca do comandante focou no setor ofensivo. Após a chegada de Vina, Renato encontrou um esquema de jogo sem extremas de velocidade, com o meia de um lado e Bitello do outro.
Sua insatisfação é pela falta de opções com característica de pontas — Ferreira se recupera de lesão muscular e não tem previsão de retorno. De lá para cá, houve também as chegadas de André Henrique e Nathan. Por enquanto, as principais alternativas para o ataque são Zinho e Everton Galdino, este com três gols nos últimos jogos.
Em busca de um melhor futebol, o Grêmio visita o Verdão na quarta-feira, no Allianz Parque, às 21h30, pela quinta rodada do Brasileirão. O time de Abel Ferreira é segundo colocado, com 10 pontos.