O governo russo reagiu contra a possível entrada da Finlândia e da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e ameaçou usar armas nucleares.
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, um dos mais próximos interlocutores do presidente Vladimir Putin (foto em destaque), fez o alerta. “Não se poderá falar mais de um Báltico livre de armas nucleares, o equilíbrio tem de ser reposto”, resumiu.
Ele acrescentou: “Até hoje, a Rússia não tomou tais medidas e não iria. Mas se nossa mão for forçada… Tome nota que não fomos nós que propusemos isso”. Medvedev foi presidente da Rússia entre 2008 a 2012.
Uma cúpula da Otan está prevista para 29 e 30 de junho em Madri, na Espanha. Analistas acreditam que a candidatura da Finlândia será anunciada até lá.
O documento indica a possibilidade “consideravelmente maior” de rebelar um possível ataque contra a Finlândia.
A Suécia também não exclui a possibilidade de unir-se à aliança, mas parece mais hesitante que o país vizinho.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar coordenada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Zelensky, em 24 de fevereiro. A guerra completa, nesta quarta, 49 dias.
Alerta russo
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, criticou a entrada dos países na aliança militar coordenada pelos Estados Unidos. As declarações foram dadas em entrevista a repórteres de agências internacionais de notícias, na segunda-feira (11/4).
“Temos dito repetidamente que essa aliança não traz qualquer paz ou estabilidade. Ela é apenas uma ferramenta para confrontação”, criticou.
O Departamento de Estado norte-americano confirmou, na última semana, que a Otan tem mantido conversas com a diplomacia dos dois países.