Crime aconteceu em abril e foi flagrado por câmeras de segurança. Obra foi presente dado pela Sociedade Felippe D’Oliveira em 1935 para a cidade que fica na Região Central do Rio Grande do Sul.
A prefeitura de Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, lançou uma campanha para tentar recuperar o busto do escritor Felippe D’Oliveira furtado da Praça Saldanha Marinho. São oferecidos R$ 5 mil para quem ajudar a recuperá-lo.
“Nós estamos apelando para a sensibilidade das pessoas porque, provavelmente, segundo informações que a gente tem ouvido, o busto principalmente do Felippe, ainda está em Santa Maria, ainda pode estar por Santa Maria e não ter sido levado pra outro lugar e ser danificado”, afirma a secretária municipal de Cultura, Rose Carneiro.
A recompensa será dada para quem conseguir qualquer informação que leve a prefeitura a recuperar o busto. É necessário se identificar e indicar o local onde ele está para ser elegível. Informações podem ser repassadas à prefeitura de Santa Maria pelo telefone 153.
O furto da peça de bronze aconteceu na madrugada de 15 de abril deste ano e foi registrado por câmeras de segurança (veja acima). As imagens mostram um homem se aproximando do busto e levando ele embora. No local, restaram apenas o pedestal e pedaços da obra. Veja:
No mesmo dia, horas antes, outros três homens foram flagrados por câmeras furtando busto do ator, compositor e letrista Leopoldo Froés. Um deles usa uma barra de ferro para soltar do pedestal. Após, leva ela para um carrinho de reciclagem. O grupo ainda faz o mesmo com uma obra em homenagem ao General Artigas. A ação toda dura cerca de 10 minutos.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso. Suspeitos dos crimes já foram identificados e, agora, a polícia trabalha para localizá-los.
Importância do busto do poeta
O busto de Felippe D’oliveira foi doado para Santa Maria em 1935 pela pela Sociedade Felippe D’Oliveira, do Rio de Janeiro.
“Muito desse problema está lá na escola, a preservação, a questão de preservar essa memória e preservar essa identidade, nós deveríamos aprender na escola, e eu acho que isso não está acontecendo. Dentro do contexto local, nós tivemos a criação das câmeras, mas as câmeras de vigilância não protegem ninguém, dizem que sim, mas não estão protegendo, então, isso tem um pouco da negligência do poder público, em relação a depredação desses monumentos”, conta Jorge Cruz, professor de Arquivologia Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O poeta nasceu em Santa Maria em 1890. Iniciou seus estudos na cidade, que foram completados em Porto Alegre. Trabalhou com o tio, João Daudt de Oliveira, em sua farmácia. Muito jovem, já escrevia críticas musicais publicadas em jornais. Antes disso, ainda menino, publicou artigos de crítica literária e versos em O Combatente, na sua cidade natal. No Rio de Janeiro, cidade para onde se transferiu para trabalhar no laboratório do tio, publicou o livro de poemas Vida Extinta, consagrado pela crítica e pelo público. Em 1927, lançou sua obra mais conhecida, Lanterna Verde.
Morreu em um acidente de trânsito, na França, em 1933.