Polícia investiga grupo que estaria usando nome da maçonaria para aplicar golpe

Vítima diz que os líderes oferecem ganho de status na instituição com base em investimentos em dinheiro. E com lucros absolutamente fora da realidade do mercado financeiro, como numa pirâmide.

polícia investiga um grupo que estaria usando o nome da maçonaria para aplicar golpes. As pessoas que se dizem vítimas foram atraídas pela internet com promessas de lucrar muito em aplicações financeiras.

O caso está sendo investigado pela delegacia de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. E já existe uma notícia crime registrada no Ministério Público por duas pessoas que dizem terem sido vítimas do golpe.

Elas afirmam que foram atraídas por promessas de crescimento pessoal, profissional e financeiro feitas pela grande loja de estudos maçônicos — a Glemb RJ. Trata-se de uma espécie de “denominação maçônica”, que nada tem a ver com a maçonaria tradicional.

Os denunciantes não querem aparecer porque têm medo de represálias. Eles queriam se tornar maçons e encontraram uma proposta na página da Glemb RJ numa rede social.

“Eu vendo na internet, no Facebook, né, apareceu lá assim: ‘venha ser maçom, seja maçom’. Tem aquele link ‘saiba mais’. Eu cliquei no link e ele foi dando todo um direcionamento para me cadastrar, botar meu nome, endereço, documento”, diz uma vítima.

A primeira condição para ter a inscrição aceita é comprar um relógio de R$ 150. Em um vídeo do ano passado, Ozni Batista aparece num jantar de gala para a entrega de relógios. Segundo os denunciantes, ele se apresenta como grão-mestre, o mais alto cargo da maçonaria.

Depois do gasto com o relógio, os denunciantes dizem que uma nova despesa para a iniciação na suposta maçonaria. Eles contam que a denominação afirmou ter aberto uma iniciação antecipada em 2021 e pediu para que os interessados usassem o 13º para entrar ainda naquele ano.

“Aí eu peguei meu 13º e paguei R$ 1.997. A gente pagou, mas não iniciamos em 2021. Foi só em fevereiro”, disse um dos interessados.

A vítima diz que os líderes oferecem ganho de status na instituição com base em investimentos em dinheiro. E com lucros absolutamente fora da realidade do mercado financeiro, como numa pirâmide.

“Ofereceram um investimento atraente sócio platinum, ele prometia de 18 a 30% sobre o investido. Aporte de 40 salários mínimos. Eu fiz um empréstimo em 2 bancos de 40 mil e aí 18%, eu me baseava no mínimo, dava pra pagar o empréstimo e sobrava. Mas eles pagaram 2 meses e em julho não pagavam mais, agosto com 10 por cento, 2 vezes, só que pagavam agosto e não pagavam mais. novembro e nada.”

A reportagem do RJ2 obteve comprovantes de um Pix de R$ 16 mil e outro de R$ 24 mil que mostram pagamentos que teriam sido feitos ao esquema. Os dois para a Sociedade Wolf Fehu de Desenvolvimento Humano, que é de propriedade de Lídia Pontes Batista.

Lídia é mulher de Ozni Batista, que recebeu a terceira transferência de R$ 50 mil.

Uma única pessoa depositou, no total, de R$ 90 mil. Outra vítima vendeu um carro e transferiu para a Sociedade Wolf Fehu R$ 33 mil. E nada de rendimentos, nem de retorno dos chefes do grupo.

“É feita uma lavagem cerebral em cima dos membros. O poder de persuasão que eles têm… Eu vendi o meu veículo para estar entrando nesse aporte dentro do sócio platinum.”

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