Organização criminosa é investigada por extorsão, corrupção de menores, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo.
Mais uma mulher foi presa por suspeita de envolvimento no golpe dos nudes, nesta terça-feira (30), em Porto Alegre. De acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, ela era uma das principais “laranjas” da suposta organização criminosa e tinha a conta bancária usada para receber e distribuir o dinheiro recebido pelos golpistas. Ela deve responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e receptação.
Na segunda-feira (29), a polícia já havia prendido 33 suspeitos de participar da organização criminosa, que aplicou o golpe dos nudes em 12 estados brasileiros.
A suspeita presa nesta terça não teve sua identidade revelada pela polícia. Ela tem 23 anos de idade e não possui antecedentes criminais.
“Ela emprestava a sua conta bancária e recebia valores de vítimas de vários estados reiteradamente. Ela sabia que a organização criminosa praticava o golpe, recebia os valores na conta dela, retinha o seu percentual e pulverizava a grande maioria da quantia para os líderes. Era uma das ‘laranjas’ principais”, explica o delegado Rafael Delvalhas Liedtke
O esquema foi tema do programa Linha Direta, da Rede Globo, na última quinta-feira (25). O golpe tinha como alvos homens que eram atraídos nas redes sociais por mulheres, com as vítimas trocavam fotos íntimas. Em seguida, uma suposta terceira pessoa entrava na conversa e dizia que a mulher era, na verdade, uma menor de idade, e começava a cobrar dinheiro para que o homem não tivesse suas fotos expostas (entenda mais abaixo).
Pessoas que sofreram o golpe foram identificadas nos seguintes estados: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
O golpe
O crime consiste na extorsão de usuários de redes sociais, geralmente homens mais velhos, após o envio de fotos íntimas, na maioria das vezes por jovens mulheres. Depois da troca de mensagens, um suposto parente ou autoridade policial entra em contato dizendo que a jovem era, na verdade, menor de idade. Os golpistas, então, tentam extorquir dinheiro das vítimas para que elas não sejam expostas.
Os criminosos chegavam a montar cenários para simular delegacias e filmar a encenação do momento em que seria feito o registro da ocorrência por pedofilia contra as vítimas de estelionato. Delegacias falsas da Polícia Civil foram descobertas em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A Polícia Civil descobriu, ainda, que uma adolescente de 17 anos foi aliciada pela organização criminosa. Ela se fotografava, recebia entre R$ 100 e R$ 200 por “pacote de imagens” e as fotografias eram usadas no esquema (abaixo, veja imagens de conversas obtidas pela polícia entre os estelionatários e uma vítima do golpe).
Há suspeita do aliciamento de outras adolescentes e também de jovens de 18 ou 19 anos que se passavam por menores de idade.
A organização criminosa é suspeita dos crimes de extorsão, corrupção de menores, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo.
Como denunciar
A Polícia Civil destaca que nenhum policial liga ou manda mensagens para a exigência de qualquer tipo de valor, para negociar cumprimento de mandados ou deixar de cumprir mandados de prisão. Caso esse tipo de situação aconteça, é orientado que seja feito o registro de um boletim de ocorrência em uma delegacia.
Disque denúncia – 08005102828
WhatsApp e Telegram – (51) 9 8444-0606