Defesa alegou que suspeito sofre de transtorno mental grave. Medida é válida enquanto durar a prisão preventiva. Corpo de Glaiton Silva Contreira foi encontrado em 26 de outubro com corte no pescoço. Glaiton Silva Contreira, de 52 anos comandava os pelotões dos Bombeiros de Montenegro e Taquari
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O enteado de Glaiton Silva Contreira, morto em Sapiranga, na Região Metropolitana, será transferido para o Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em Porto Alegre, após decisão judicial. Ele é suspeito de premeditar e executar a morte do padrasto, no fim de outubro.
A defesa solicitou a soltura do jovem de 25 anos, alegando que ele “é doente mental (esquizofrênico) e, portanto, sua confissão à autoridade policial, que defende irregular, deve ser vista com reservas”.
O desembargador Luiz Mello Guimarães, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do estado (TJ-RS), negou a soltura do suspeito, mas concordou em transferi-lo para o IPF, para que receba tratamento psicológico adequado.
“Em que pese a primariedade do paciente, tal não é suficiente para a soltura almejada, quando há nos autos indícios suficientes para autorizar a presunção de que se trata de pessoa perigosa – o que, por si só, redunda em concreto risco de reiteração criminosa e fundamenta validamente a constrição cautelar na necessidade de garantir a ordem pública”, diz, na decisão, o magistrado.
O juiz citou que foram juntados documentos cujo teor “indica sofrer o paciente de um transtorno mental grave, possivelmente esquizofrenia”, afirma.
A decisão é válida enquanto durar a prisão preventiva e não houver certeza sobre sanidade mental que permita o retorno do suspeito ao presídio comum.
“No presídio comum o paciente não receberá os cuidados médicos de que necessita”, cita o magistrado.
Relembre o caso
O tenente Glaiton, de 52 anos, desapareceu em 25 de outubro, após sair de casa para caminhar. O corpo foi encontrado no dia seguinte por uma pessoa, no fim de uma rua no bairro São Luís, no limite com a cidade de Campo Bom. Glaiton tinha marcas de golpes de objeto perfurante no pescoço.
O enteado de Glaiton foi preso em flagrante e confessou o crime, segundo o delegado Fernando Branco.
“Foi premeditado. Ele [o enteado] era estagiário de um hospital e durante duas semanas ele desviou os anestésicos que iam pro descarte. Era uma espécie de éter”, afirma o delegado.
Nesta segunda-feira (9), a esposa do tenente foi presa suspeita de participar do crime. A mulher teria dopado a vítima e ajudado o filho a levá-lo, desacordado, até o carro.
Para a Polícia Civil, a morte do tenente tem como motivação questões patrimoniais. Mãe e filho foram indiciados por homicídio qualificado.
“Não se descarta, da parte dela, motivação passional também, pois ele já tinha um novo relacionamento”, afirmou o delegado Branco.
O tenente comandava atualmente os pelotões de Montenegro e Taquari, do 2° Batalhão de Bombeiro Militar.
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