Júri de skinheads: 3º dia prevê interrogatório dos acusados de espancar judeus no RS

Julgamento foi retomado nesta quinta-feira (30). Esse deve ser o último dia do júri de acusados de fazer parte de um grupo neonazista.

O julgamento de três acusados de integrar um grupo de skinheads, de ideologia neonazista, foi retomado na manhã desta quinta-feira (30) em Porto Alegre. É o terceiro dia de júri, que já ouviu diversas testemunhas sobre o crime que aconteceu em 2005 na capital do Rio Grande do Sul. Judeus foram espancados pelo grupo.

A sessão é presidida pela juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva, titular do 2º Juizado da 2ª Vara do Júri da Comarca de Porto Alegre. Conforme o Tribunal de Justiça (TJ), a ex-esposa de um dos réus foi ouvida como informante.

Após essa etapa, será realizado o interrogatório dos três réus e os debates orais, entre a acusação, representa pelo Ministério Público (MP), e a defesa, representada pelos advogados dos acusados. Após, os jurados devem deliberar a respeito do caso e haverá definição quanto à inocência ou culpa dos réus.

Valmir Dias da Silva Machado Júnior, Israel Andriotti da Silva e Leandro Maurício Patino Braun são acusados de tentativa de homicídio qualificado (motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa dos ofendidos).

Ao todo, nove pessoas foram acusadas do crime. O processo sofreu uma cisão, e em setembro de 2018 três homens foram condenados. Já em março de 2019, outros três foram condenados.

Segundo dia do júri de três réus do ataque contra judeus ocorrido em 2005

O que disseram os advogados
O advogado Manoel Castanheira, que representa Valmir Dias da Silva Machado Júnior, avaliou que o segundo dia do júri foi para “elucidar situações ocorridas desde o início do inquérito policial e mostrar algumas realidades fáticas aos jurados”.

Os advogados José Paulo Schneider e Paulo Noble, que defendem, respectivamente, Israel Andriotti da Silva e Leandro Maurício Patino Braun, não retornaram os contatos do g1 até a última atualização desta reportagem.

O caso
Segundo o MP, na madrugada do dia 8 de maio de 2005, Rodrigo Fontella Matheus, Edson Nieves Santanna Júnior e Alan Floyd Gipsztejn caminhavam pela esquina das ruas Lima e Silva e República, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, quando foram atacados por skinheads, grupo de ideologia neonazista.

As vítimas usavam quipás (pequeno chapéu em forma de circunferência, usado pelos judeus). O grupo de agressores estava dentro de um bar quando avistaram os rapazes em frente ao estabelecimento. Rodrigo Fontella Matheus foi golpeado com uma faca, socos e pontapés.

Edson Nieves Santanna Júnior e Alan Floyd Gipsztejn também foram atacados pelo grupo, mas conseguiram fugir e buscar abrigo para se proteger.

By Fato ou Fake Canoas

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