Com redução na estrutura exclusiva, hospitais de Porto Alegre readequam leitos para receber pacientes com Covid-19

Conceição reabriu 20 leitos de enfermaria após fechar tenda exclusiva. Secretaria da Saúde da Capital afirma que não há falta de vagas e que readequação é normal. Demanda por estruturas de atendimento exclusivo para Covid-19 aumenta na Capital
Com a diminuição no número de casos e internações por coronavírus, os hospitais de Porto Alegre recudizaram as estruturas exclusivas para a Covid-19. Porém, com a demanda crescendo nas últimas semanas, alguns leitos precisaram ser reabertos.
Conforme a secretaria municipal da Saúde, a Capital tem, nesta terça (10), 226 pacientes confirmados e 25 suspeitos em UTI de hospitais da cidade.
Na Zona Norte da Capital, a UPA Moacir Scliar ficou superlotada com pacientes graves, esperando por leitos para internação neste fim de semana. A unidade tem dois leitos de estabilização e cinco de observação para pacientes com Covid-19. Mas chegou a ter 12 pessoas esperando transferência para hospitais, o que só aconteceu na noite de segunda-feira (9).
Devido à superlotação, quem procurou atendimento na manhã desta terça (10) com sintomas leves não foi atendido. “Alegaram que eram só casos graves e que eu deveria procurar outro posto”, lamentou o advogado Luciano Veiga.
Por dia, passam de 120 a 130 pacientes com sintomas de Covid-19 para avaliação médica. Os que chegam com diagnóstico para coronavírus e são considerados graves precisam de suporte de oxigênio e devem permanecer, no máximo, por 24 horas.
“Temos recebido mais do que tem saído, então, em alguns momentos, tem represado e acumulado, gerando a situação de superlotação”, afirma a gerente da UPA Jaqueline Cesar Rocha.
A maior demanda da UPA é por vagas de enfermaria, conforme a direção. “São casos não tão graves, mas que precisam ir ao hospital para manter um tratamento”, completa Jaquelina.
Para o secretário-adjunto da Saúde de Porto Alegre, Natan Katz, esse tipo de movimentação nas UPAs é considerado normal aos fins de semana.
“Os hospitais têm fluxo reduzido no fim de semana, os pronto-atendimentos ficam pressionado. Segunda é o dia de maior pressão. E, ao longo da semana, os pacientes vão recebendo alta dos hospitais e esse volume vai se transferindo”, assegura.
Hospitais readequam estruturas
A UPA Moacir Scliar é administrada pelo Hospital Conceição, que até setembro mantinha uma tenda para atendimento exclusivo do coronavírus. O hospital também reduziu uma enfermaria Covid por falta de demanda. Mas como a procura aumentou, decidiu reabrir 20 leitos dessa unidade.
Outros hospitais também fecharam leitos exclusivos de coronavírus, como a Santa Casa: eram 81, agora são 43. A UTI Covid reduziu de 90 para 54. No Hospital da Restinga, a internação e a UTI foram fechadas.
Apesar dos dados, o secretário insiste que não existe diminuição de vagas, mas sim uma reorganização do sistema.
“Eles têm que ir fazendo esses ajustes. Em algum momento, reduzir um pouco o tamanho do [conjunto de leitos] Covid, em outros, aumentar. Enquanto a demanda das outras áreas estava nos permitindo, isso não era um problema. Agora, a gente precisa fazer a readequação das estruturas das equipes de todo mundo”, aponta.
Porto Alegre tem 48.268 casos confirmados e 1.352 óbitos por Covid-19, de acordo com a secretaria municipal.
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