População Surpreendida por Nova Inundação em Porto Alegre
As fortes chuvas que atingiram Porto Alegre na quinta-feira (23) surpreenderam a população, provocando novos alagamentos em regiões já afetadas e inundando áreas que até então não haviam sofrido com enchentes. A água que jorrou dos bueiros em diversas ruas da cidade alagou bairros inteiros, mas começou a recuar nas últimas horas. A inundação causou resgates, bloqueios de vias e prejuízos significativos (veja a explicação da prefeitura sobre as causas da inundação abaixo).
Áreas Afetadas
A prefeitura confirmou que as inundações atingiram zonas Central, Norte e Sul, afetando bairros como Centro Histórico, Menino Deus, Cidade Baixa, Praia de Belas, Ipanema, Cavalhada, São Geraldo, Moradas da Hípica, Santa Fé e Restinga. Esta última, assim como Cavalhada e Hípica, não havia registrado alagamentos na última enchente.
No Sul da cidade, nos bairros Cavalhada e Hípica, o Corpo de Bombeiros utilizou botes para resgatar pessoas ilhadas. No Centro, os bairros Menino Deus, Praia de Belas e Cidade Baixa voltaram a inundar, e imóveis previamente limpos ficaram novamente cheios de água. No Norte, no bairro Sarandi, um trecho da Avenida Sarandi e parte do talude de contenção do Arroio das Pedras cederam, uma situação inédita na última enchente.
Causas dos Alagamentos
Maurício Loss, diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) de Porto Alegre, explicou que os alagamentos ocorreram devido à grande quantidade de chuva em pouco tempo e ao entupimento das galerias de escoamento por barro e lixo acumulados após a cheia do Guaíba. Loss negou que tenha ocorrido um “colapso” no sistema de drenagem da cidade.
“As redes de drenagem estão assoreadas, e os arroios que desembocam no Guaíba não conseguem escoar devido à elevação do nível, o que prejudica a drenagem das chuvas em alguns bairros da Zona Sul”, afirmou Loss. Equipes do DMAE estão usando caminhões-jato para limpar as áreas atingidas e facilitar a drenagem.
Outro problema é a restrição no funcionamento das casas de bombeamento, com apenas 10 das 23 estações operacionais. Essas estações, responsáveis por bombear a água de volta para o Guaíba, são elétricas e podem representar risco à população se inundadas.
Chuva em Porto Alegre
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) registrou que o volume de chuva em 15 horas ultrapassou os 100 milímetros na Zona Sul da cidade. Este é o maio mais chuvoso da história de Porto Alegre e também o mês mais chuvoso desde 1916.
Volumes de Chuva Registrados:
- Jardim Botânico (Leste): 108,8 mm
- Bairro Cristal (Sul): 108 mm
- Bairro Partenon (Leste): 95,1 mm
- Bairro Belém Velho (Sul): 75 mm
- Bairro Serraria (Sul): 68,9 mm
Maiores Volumes de Chuva Mensais em Porto Alegre (1916 a 2024):
- Maio 2024: 477,2 mm (medição provisória até 22h de 23/5/24)
- Setembro 2023: 447,3 mm
- Maio 1941: 405,5 mm
- Junho 1944: 403,6 mm
- Abril 1941: 386,6 mm
- Junho 1982: 365,6 mm