As contas do governo federal registraram um déficit primário de R$ 60,98 bilhões em maio deste ano, conforme informado pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (26).
O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos são menores que as despesas do governo, sem incluir os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. Quando as receitas superam as despesas, o resultado é um superávit primário.
De acordo com o Tesouro Nacional, em maio:
– A receita líquida foi de R$ 164,49 bilhões
– A despesa total foi de R$ 225,47 bilhões
Segundo o governo, o déficit registrado em maio é o maior para o mês desde 2020, quando o rombo somou R$ 165,14 bilhões (valor corrigido pela inflação). Este também foi o segundo pior resultado para maio desde o início da série histórica do Tesouro Nacional, em 1997.
O déficit das contas do governo em maio ocorreu apesar do bom desempenho da arrecadação, que somou R$ 203 bilhões, um recorde histórico para o período.
Meta de zerar o déficit
O governo busca zerar o rombo das contas públicas neste ano, uma meta estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em 2023, o governo federal registrou um déficit primário de R$ 230,5 bilhões, o segundo pior resultado da série histórica. O objetivo de zerar o déficit fiscal neste ano é considerado ousado pelo mercado financeiro, que projeta um déficit em torno de R$ 80 bilhões para 2024.
De acordo com o relatório de avaliação de receitas e despesas divulgado na semana passada, as contas do governo deverão registrar um déficit de R$ 14,5 bilhões neste ano.
Pelas regras do arcabouço fiscal, há uma margem de 0,25 ponto percentual do PIB para cima e para baixo da meta fiscal. Com isso, o governo pode registrar um rombo de até R$ 28,8 bilhões em 2024 sem descumprir o objetivo.
Em busca da meta fiscal, o governo aprovou, no ano passado, uma série de medidas para aumentar a arrecadação federal, com o objetivo de elevar a arrecadação em R$ 168,5 bilhões em 2024.