O pai do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante pelo crime de estupro de vulnerável, é um obstetra conceituado do Rio de Janeiro. O crime vem chocando as pessoas próximas a Bezerra não só porque ele vinha de uma família de um conceituado médico, mas também por nunca ter levantado nenhuma suspeita. Ele era considerado uma ótima pessoa pelos seus conhecidos.
O crime ocorreu no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, durante o parto de uma mulher, que foi anestesiada por Giovanni.
Em entrevista ao portal UOL, um enfermeiro de 24 anos, que era próximo do anestesista, disse que ele era muito atenciososo. Um outro colega da faculdade da UniFOA (Centro Universitário de Volta Redonda), onde Giovanni se formou em 2017, afirmou que nunca houve reclamação contra ele.
A UniFoa emitiu uma nota de repúdio ao ex-aluno após o caso vir à tona, dizendo que ao longo dos seus 54 anos de existência vem formando profissionais para que exerçam suas profissões com responsabilidade, ética e respeito.
A universidade também repudiou veementemente a prática exercida por qualquer uma das pessoas que tenham feito ou façam parte do seu corpo social. Em conversa com seguidores, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o ensino de “ideologia” nas universidades e questionou: “Qual é a educação desse cara? O que ele aprendeu na faculdade?”, se referindo ao caso.
Sócio do pai
Além de ter trabalhado em pelo menos 10 hospitais públicos e privados, Giovanni é sócio do pai desde 2018 em uma clínica de exames de imagem no bairro Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro. O pai de Giovanni é especialista em videolaparoscopia e tem consultório em Vila Isabel e na Barra da Tijuca . Em sites de busca, há inúmeros elogios a conduta do médico.
Já a mãe de Giovanni, é a professora Andrea Quintella Bezerra, mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial que coordena o curso de Administração na Universidade Estácio de Sá.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, os pais de Giovanni têm ido ao apartamento onde o filho morava, na Barra da Tijuca, para desocupar o imóvel. O dono do imóvel ficou chocado com o crime e teria pedido o imóvel o mais rápido possível.
A Polícia Civil do Rio investiga mais de 30 possíveis casos de estupro de pacientes que foram atendidas pelo anestesista. A delegada Bárbara Lomba, responsável pelo inquérito, disse que a Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) vai averiguar todos os casos.