Transmissora do Amapá buscava equipe de manutenção há dois meses

A empresa responsável pela Linhas de Transmissão do Amapá, a Gemini Energy, procurava engenheiros, técnicos e especialistas para realizar a manutenção de seus ativos há menos de dois meses do colapso do sistema elétrico do estado. Até o momento, está sendo apontada como causa do problema um incêndio em um transformador no norte da capital Macapá, de responsabilidade da Gemini. A companhia, capitalizada pelo fundo Starboard, comprou da espanhola Isolux a concessão das linhas de transmissão em 2018. A Gemini está em recuperação judicial.

Além da Starboard, que detém 68% do capital social da empresa. Outro fundo, administrado pelo grupo paulista de serviços financeiros Perfin, detém 17%. O restante está nas mãos da autarquia federal Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

Cargos de alta responsabilidade buscavam ser ocupados pela Gemini /Gemini/VEJA

Nesta segunda-feira, 9, grande parte do estado permanece apagado e as autoridades locais trabalham em um esquema de rodízio. Apenas um transformador está sustentando todo o suprimento de energia para 750 mil pessoas.

A Gemini Energy enviou uma nota ao Radar Econômico, que você lê abaixo, na íntegra:

A Linhas de Macapá (LMTE) é uma concessionária pertencente à holding Gemini Energy, que possui no total três concessões operacionais de transmissão e preza pela qualidade e excelência tanto nas suas operações e serviços quanto na formação de suas equipes. A Gemini Energy atua no setor de transmissão desde 2008 e possui vasta experiência em projetos de alta complexidade na região Norte do Brasil. Desde o início da concessão, a Gemini fez vultosos investimentos em seus ativos.

A respeito do acidente ocorrido no último dia 3, a LMTE tem a esclarecer que:

  • Até o final de dezembro de 2019, a LMTE era gerida e controlada pela Isolux Espanha, na época em recuperação judicial na Espanha e com notórias dificuldades financeiras.
  • Em janeiro de 2020, a nova gestão assumiu o controle da LMTE. Nesses últimos 10 meses, os esforços se concentraram em estabilizar e reforçar a operação dos ativos.
  • A empresa teve seus processos revisados e aprimorados com a participação de prestadores de serviço de primeira linha, conduzidas por consultorias reconhecidas no mercado, como KPMG, Lunarti, Grupo Energia, Oracle e Delloite. A empresa também contribuiu com programas sociais em conjunto com o BNDES e UNICEF para combater o COVID-19, além de ações específicas no Amapá.
  • Na noite do último dia 3, a Subestação Macapá foi atingida por uma forte tempestade. As apurações técnicas acerca do ocorrido ainda estão em curso, porém acredita-se que houve uma explosão, seguida de incêndio, o que danificou dois transformadores em operação.
  • Com o incidente, um transformador foi completamente avariado, enquanto outro foi parcialmente danificado. Há um terceiro transformador reserva, em manutenção. Por consequência, o suprimento de energia do Estado, que, por planejamento das entidades competentes, depende exclusivamente das instalações de transmissão da LMTE, acabou sendo temporariamente comprometido.
  • Imediatamente após a ocorrência, a LMTE formou um grupo de trabalho com governo e órgãos competentes e, apesar da complexidade do sistema que foi afetado, conseguiu restabelecer a energia no último sábado, quando o atendimento chegou a 60% da carga total. Hoje (09/11), estamos próximos de 80%. Isso só foi possível devido à existência de um corpo técnico qualificado e pela rápida execução do plano de contingência por parte da LMTE e do grupo de trabalho.
  • A Gemini se sensibiliza com todas intercorrências causadas à população do Amapá. Os trabalhos de manutenção seguem ininterruptamente em curso para que prontamente seja reestabelecida 100% da carga de forma plena o quanto antes.

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By Tarcila Lisboa

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