Desde que foi eleito em 13 de março de 2013, Papa Francisco, o primeiro pontífice latino-americano e jesuíta, tem se destacado por sua abordagem progressista em questões sociais e pela sua busca constante pela inclusão e justiça social. Seu pontificado é marcado pela simplicidade, pelo compromisso com os pobres e marginalizados e pela construção de uma Igreja mais acolhedora e inclusiva. Este artigo examina como Papa Francisco promoveu mudanças em relação às inclusões sociais e qual o impacto dessas ações no mundo contemporâneo.
A Perspectiva de Francisco sobre Inclusão Social
Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, trouxe para o Vaticano uma visão pastoral focada na “Igreja dos Pobres”. Inspirado pela doutrina social da Igreja e pela experiência direta com comunidades marginalizadas em Buenos Aires, ele propõe uma abordagem que prioriza os mais vulneráveis. Seu lema “Miserando atque eligendo” (“Com olhar de misericórdia e escolhendo”) reflete sua missão de olhar com compaixão para todos os excluídos.
Desde o início de seu pontificado, Francisco incentivou a inclusão de grupos historicamente marginalizados, como pobres, refugiados, mulheres, minorias étnicas e pessoas LGBTQIA+. Ele promoveu a ideia de que a Igreja deve ser “um hospital de campanha” que acolhe e não exclui.
O Compromisso com os Pobres e Desfavorecidos
A luta contra a desigualdade social é um dos pilares do pontificado de Francisco. Ele critica constantemente o consumismo e o capitalismo desenfreado que perpetuam a pobreza e a exclusão. Sua encíclica “Evangelii Gaudium” (A Alegria do Evangelho), de 2013, destaca que é dever dos cristãos combater as causas estruturais da pobreza.
O Papa também criou o Dia Mundial dos Pobres, incentivando a Igreja e os fiéis a praticarem a solidariedade com aqueles que estão à margem da sociedade. Ele promoveu diversas iniciativas em favor dos sem-teto em Roma, como a criação de chuveiros e serviços de saúde no Vaticano.
Acolhimento dos Refugiados e Migrantes
Papa Francisco tem sido uma voz ativa na defesa dos direitos dos migrantes e refugiados. Em 2013, visitou a ilha de Lampedusa, um dos principais pontos de chegada de migrantes na Europa, para denunciar a “globalização da indiferença” em relação às tragédias humanas.
Na encíclica “Fratelli Tutti” (Todos Irmãos), de 2020, Francisco reforça a necessidade de uma sociedade mais acolhedora e solidária com os deslocados. Ele pede a abolição de muros e a construção de pontes de fraternidade e solidariedade.
Inclusão de Pessoas LGBTQIA+
Um dos temas mais controversos abordados por Francisco é a inclusão de pessoas LGBTQIA+ na Igreja. Embora a doutrina católica sobre a moralidade sexual não tenha mudado, ele promove um tom pastoral mais acolhedor. Frases como “Quem sou eu para julgar?”, dita em 2013 em relação a homossexuais que buscam a Deus, foram interpretadas como um convite à inclusão.
Em 2020, ele expressou apoio às uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, afirmando que elas merecem proteção legal. Essa abordagem gerou tanto apoio quanto críticas, mas demonstra uma abertura significativa na postura oficial da Igreja.
Papel das Mulheres na Igreja
Francisco também tem buscado aumentar a participação feminina nos cargos de liderança da Igreja. Em 2021, ele nomeou mulheres para cargos importantes no Vaticano, como Nathalie Becquart, que se tornou a primeira mulher a ter direito a voto em um Sínodo dos Bispos.
Apesar de resistências, ele continua a promover o diálogo sobre a possibilidade de mulheres exercerem ministérios ampliados e busca reconhecer suas contribuições essenciais à Igreja e à sociedade.
Ecologia Integral e Inclusão Ambiental
A inclusão social também passa pela inclusão ambiental. Em sua encíclica “Laudato Si'” (Louvado Seja), de 2015, Francisco propõe uma “ecologia integral”, reconhecendo que a degradação ambiental afeta principalmente os pobres. Ele pede a adoção de estilos de vida sustentáveis e denuncia o “pecado ecológico” que exclui os mais vulneráveis dos recursos naturais.
O pontificado de Papa Francisco tem sido uma força transformadora na Igreja Católica e na sociedade em geral. Sua ênfase na inclusão social, no combate à pobreza, na defesa dos refugiados, na acolhida de pessoas LGBTQIA+ e no papel das mulheres reflete uma visão cristã de fraternidade universal.
Embora suas ações gerem debates e resistências, não há dúvida de que ele trouxe uma nova perspectiva de acolhimento e inclusão ao mundo contemporâneo. Francisco não apenas fala de inclusão, mas a coloca em prática, transformando a Igreja em um espaço de misericórdia, compaixão e justiça social.
Renato Bernardinelli é Filantropo e Mentor Espiritual
Renato Bernardinelli / Whats: 11 991590575